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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Aumenta o número de cesáreas na rede privada

De acordo com dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o índice atual é de 84%. Há cinco anos, a estatística apontava 79,2%. Confira e entenda os motivos para esse crescimento.

Simone Tinti

A quantidade de cesáreas no país aumentou ainda mais na rede privada. Há cinco anos, esse índice era de 79,2%. Hoje, já são mais de 84%, de acordo com um levantamento da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Esse número deve ser encarado como um alerta, principalmente quando se leva em consideração o recomendado pela OMS, que é de 15% de cesáreas. E antes que você pense que esse aumento se deve aos motivos reais para esse parto (como nos casos de alguns problemas cardíacos da mãe ou quando a placenta recobre o colo do útero, por exemplo), saiba que a maioria dessas cesáreas é agendada com antecedência. Como explica Martha Oliveira, gerente da ANS, as mães nem entram em trabalho de parto. “Com tanta cesárea sem necessidade, verificamos que aumenta até mesmo a utilização das UTIs neonatais”, afirma Martha. Uma pesquisa americana, inclusive, mostra que a criança pode sofrer com problemas respiratórios quando o parto é marcado sem necessidade. E quais seriam os motivos para esse aumento registrado pela ANS? Como explica Martha, as razões são tanto culturais quanto de organização da rotina médica. “Muitas mulheres ainda temem as dores do parto normal ou não recebem as informações adequadas sobre cada tipo”, diz. Em relação aos médicos, Martha destaca que o grande problema está em driblar a rotina. “Para acompanhar um parto normal, que é mais demorado, o obstetra geralmente precisa desmarcar suas outras consultas do dia”. E a questão não está apenas na remuneração pelo atendimento. De acordo com Martha, muitos convênios já pagam mais pelo parto normal (o que não acontecia há cerca de dois anos). Com a constatação do aumento das cesáreas, a ANS, em parceria com a CFM (Conselho Federal de Medicina) e as sociedades brasileiras de pediatria (SBP) e ginecologia (SBG), vem desenvolvendo uma série de medidas para mudar esse quadro. Uma delas foi inserir na cobertura dos planos a presença obrigatória de acompanhantes durante o parto - seja o pai, uma outra pessoa a pedido da mulher ou uma enfermeira obstetra.


Por Espaço E.D

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