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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Em cinco anos, Brasil terá cinco cartões por habitante

Por Elisa Campos - 22/09/2010


Alvo de mudanças recentes na regulamentação, o setor de meios eletrônicos de pagamentos vive um momento de franca expansão no Brasil. Em 2015, o país deve alcançar a marca de 909 milhões de cartões emitidos, um crescimento de quase 45% frente aos 628 milhões estimados para o encerramento de 2010, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito (Abecs). O que representa, em média, a cinco cartões por habitante.


As transações com dinheiro de plástico devem chegar então a 15 bilhões, movimentando R$ 1,3 trilhão em 2015. Para este ano, a expectativa é terminar 2010 com 7,1 bilhões de operações e R$ 444 bilhões movimentados. São números substanciais sustentados por uma fatia cada vez maior da população brasileira. Pesquisa inédita realizada pelo instituto de pesquisa Datafolha em agosto a pedido da Abecs mostra que 71% dos brasileiros já possuem algum meio de pagamento eletrônico.


Essa onda de crescimento não deve acabar tão cedo. “O mercado de cartões de crédito no Brasil está num momento de transição da adolescência para a vida adulta”, diz Denilson Molina, conselheiro da Abecs. Atualmente, os cartões são responsáveis por 25% do consumo das famílias no Brasil. Em economias maduras, esse percentual chega à casa dos 40%. “Nos próximos dez anos, devemos alcançar este patamar. Os cartões são um dos setores que mais se expandem no país, com taxas de crescimento de 20% nos últimos anos. Eles são um canal importante, porque representam para os bancos tanto um meio de pagamento como um canal de relacionamento com o cliente, além de atuar como um instrumento para aumentar a bancarização no país ”, afirma Molina. Para 2010, na comparação com 2009, a expectativa é que haja crescimento de 11% no número de cartões e de 20% no faturamento.


Perfil do consumidor


No Brasil, a posse de cartões está muito relacionada à situação econômica do consumidor. Da população com formação superior, 91% possuem algum meio eletrônico de pagamento. Enquanto 83% dos brasileiros das classes AB têm algum tipo de cartão, apenas 67% na classe C e 41% nas classes DE usam o dinheiro de plástico, segundo pesquisa do Datafolha.


Brasília é a cidade líder em posse do meios eletrônicos, com 79% dos moradores. Já os municípios com menor participação são Belém, com apenas 55%, e Goiânia, com 53%. A maior incidência de posse de cartões se concentra na faixa dos 25 a 34 anos (78%) e a de menor na de 60 anos ou mais (63%).


O brasileiro prefere os meios eletrônicos para pagar roupas, calçados, bens duráveis para casa, material de construção e passagens. Por outro lado, ainda prefere outros tipo de pagamento, como dinheiro e cheque, na compra de livros, veículo, restaurantes e atividades de lazer, como entrada de cinema.


Polêmicas


O crescimento acelerado do mercado de cartões brasileiros, no entanto, não veio sem sobressaltos. “A indústria se viu surpresa com a curva de crescimento e não estava preparada para educar a todos os novos clientes”, afirma Molina. O rotativo do cartão de crédito possui hoje uma das mais altas taxas de juros do mercado e é apontado como um dos grandes vilões para o superendividamento dos consumidores.


As tarifas dos cartões também entraram na mira do Banco Central, que em breve anunciará uma regulamentação específica para o setor, alvo de reclamações constantes do consumidor. Para fazer frente às pressões, a Abecs lançou em junho de 2009 seu primeiro código de autorregulação. “Tudo o que a indústria não quer para manter seu ritmo acelerado de crescimento é que o cliente tenha aversão a ela. Problemas aconteceram em todos os lugares do mundo que passaram por uma forte expansão”, afirma Juan Ferrés, consultor da Abecs.


Outra mudança recente no mercado de cartões foi o fim da exclusividade das bandeiras, que deve baratear o custo dos terminais de pagamento para os lojistas. Agora, será possível os comerciantes usarem uma mesma máquina para passar cartões de várias bandeiras. “O custo para o lojista já caiu pelo menos 20%. Além disso, bancos estão fazendo campanhas de fidelização para reduzir o custo dos terminais e grandes varejistas se aproximando das credenciadoras para em troca de priorizar determinada empresa ganhar benefícios. A concorrência já aumentou e agora está se acelerando”, diz Molina, conselheiro da Abecs.


Fonte: Época Negocios


Por Espaço E.D




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