Economia Doméstica

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domingo, 26 de dezembro de 2010

Classe C de mobília nova!


Edição de domingo, 26 de dezembro de 2010

Tiago Cisneiros

De R$ 3,1 bilhões para R$ 17,9 bilhões. Foi o quanto cresceu o consumo de móveis e objetos de decoração pela classe C no Brasil, entre 2002 e 2010, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pelo instituto Data Popular. Com a variação positiva de 569%, o segmento intermediário da sociedade pulou à frente das camadas A e B e, agora, ocupa a liderança nas compras do setor.

Esse movimento pode ser atribuído à melhoria das condições financeiras das famílias da classe C. Na opinião do sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, entre 2002 e 2010, as camadas emergentes conseguiram espaço no mercado de trabalho formal, tiveram mais acesso ao crédito e, a partir daí, transformaram um sonho em realidade. ´Com o novo cenário econômico, viram seu poder de consumo se expandir, perceberam que estão podendo e decidiram investir em si mesmos.`

A professora de economia Tatiane Almeida de Menezes, da Universidade Federal de Pernambuco, destaca que, agora, a classe C se sente capaz de suprir uma demanda reprimida. ´As faixas mais ricas sempre tiveram acesso aos móveis e utensílios domésticos, coisas que faltavam ao restante da população. Por isso, com a melhoria nas finanças, a camada C começou a realizar esse desejo antigo`, diz.

Meirelles considera que as despesas com móveis e utensílios domésticos são vistas de modos diferentes, conforme a classe social. Os mais ricos, afirma, tendem a encará-las com uma conotação supérflua, enquanto as outras camadas pensam nelas como investimentos. Tal concepção, para Tatiane Menezes, também ajuda a entender a variação no volume de gastos da classe C. ´O consumo dos chamados bens de luxo costuma crescer em uma proporção maior do que a renda`, explica.

De acordo com Meirelles, a percepção de que artigos domésticos são bens de luxo, aliada aos limites do bolso, faz com que as classes mais baixas busquem itens duráveis e de qualidade,ainda que não sejam os mais baratos do mercado. ´A noção de custo-benefício nasceu embutida neste novo consumidor`, diz.

A tese é confirmada pela empregada doméstica Antônia Maria da Silva, que já equipou o novo lar, doce lar`, no Alto do Progresso, Zona Norte do Recife, com geladeira, fogão, forno microondas, cama, mesa, etc. Na hora das compras, ela colocou qualidade e durabilidade bem acima da economia imediata.


Fonte: Diário de Pernambuco


Por Espaço E.D

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