Economia Doméstica

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Até que ponto o desenvolvimento atrapalha na natureza? Asfaltamento da BR-135 ameaça patrimônio da natureza

O asfaltamento de uma das principais estradas que ligam o Sudeste ao Nordeste está ameaçando um patrimônio da natureza escondido debaixo do solo. Quem conta é o repórter José Raimundo.

A BR-135 começa em São Luiz e termina em Belo Horizonte. A obra, incluída no PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, pretende concluir a parte que ainda não tem asfalto.

Mas o traçado da estrada esbarrou numa ameaça de crime ecológico. A obra foi interrompida depois de uma denúncia feita por pesquisadores especialistas em cavernas. Eles descobriram que na região a estrada passa por vários trechos que são ocos por baixo. Numa extensão de 12 km da pista existem 60 pequenas cavernas que formam um grande abismo subterrâneo.

Um dos especialistas em cavernas nos mostra a entrada de um outro abismo, a poucos metros da BR. “Ele vai de 18 a 20 metros na vertical. Na horizontal ele continua, vai a uns 200, 300 metros em direção à estrada. Então, significa que a estrada passa por cima da", contou o espeleólogo Jussyklebson de Souza.

O conjunto de cavernas do Município de São Desidério é considerado um dos mais importantes do país. A maior delas é conhecida como buraco do inferno. “É um ambiente meio suscetível, então, qualquer movimento lá em cima pode danificar toda a estrutura aqui embaixo”, explicou Jussyklebson de Souza.

Na última expedição, os pesquisadores chegaram ao trecho final do buraco do inferno, lugar de acesso muito difícil e que depois de uma chuva foi bloqueado, agora não dá para passar. Mas eles constaram sinais de abalos na caverna. “Blocos caindo do teto, se soltando do teto, caindo no chão”, afirmou o espeleólogo.

A expedição foi comandada pelo coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas. "Em toda a caverna, a gente não vê desmoronamento recente, somente onde a estrada intercepta”, explica Jocy Cruz, do Centro Nacional de Conservação de Cavernas.

Entre as preciosidades escondidas nas cavernas de São Desidério, está o maior lago subterrâneo do Brasil. Há também um rio que corre entre as galerias, forma uma espécie de sifão natural. Um compartimento de repente fica cheio de água. Logo em seguida, esvazia na mesma velocidade. “Parou de subir, agora ela vai começar a descer. A cada cinco minutos ela sobe e desce um metro”, mostrou Jussyklebson de Souza.

Na avaliação dos pesquisadores, se a estrada não for desviada da região das cavernas, essa raridade pode estar com os dias contados. O diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, o Dnit, diz que o Ibama autorizou a construção da estrada. "Uma vez que nós obtivemos as anuências e também o licenciamento, nós iniciamos a obra”, declarou o diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot.

O Ibama confirma o licenciamento, mas depois da denúncia embargou a obra. "Desautorizamos qualquer obra em todo o trecho da BR 135 e mandamos uma equipe técnica para uma vistoria”, explicou Gisela Forattini, diretora de licenciamento ambiental do Ibama.

A vistoria do Ibama ainda não foi concluída. As cavernas são importantes, entre mil motivos, porque elas ajudam inclusive a contar a história da humanidade, a contar a história do planeta, do mundo.


Fonte: Jornal Nacional


Por Espaço E.D

domingo, 26 de dezembro de 2010

O preço da novidade

Edição de domingo, 26 de dezembro de 2010


TEREZA RODRIGUES

Apaixonados por tecnologia estão cada vez maisbem servidos no que se refere a novidades lançadas no mercado. Para este fim de ano, centenas de opções de presentes - entre os que devem fazer mais sucesso - são itens que acabam de anunciados como os principais lançamentos do ano por grandes empresas. É preciso colocar na balança as vantagens e possíveis desvantagens para tirar as conclusões sobre se estar tecnologicamente atualizado vale a pena.

Na opinião da coordenadora institucional da Pro Teste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, a principal preocupação de quem não abre mão de estar por dentro das novidades deve ser relativa à assistência técnica. Também é preciso considerar que uma grande quantidade de produtos recém-lançados no mercado costuma apresentar defeitos de fábrica, seja porque ainda não foram devidamente testados, ou devido ao fato de que todo início de produção ser mais propenso a falhas na fabricação ou na própria concepção dos modelos, que aos poucos tende a ir seaperfeiçoando, de acordo com reclamações ou elogios dos usuários. ´Para não ter dor de cabeça com as atualizações tecnológicas, o consumidor deve procurar saber se na sua cidade já há assistência técnica qualificada para o produto que ele está comprando. As pessoas ficam ávidas por novidades e não costumam levar em consideração os riscos de se optar pelos lançamentos`, diz.

Ainda segundo a coordenadora da Pro Teste, tendo menos cautela na corrida por aumentar o número de lançamentos em relação à concorrência, as empresas correm o risco de perder a confiança do consumidor.

Acostumado a viajar para fora do Brasil e conseguir adquirir lançamentos a preços mais em conta, sem nunca ter tido problemas antes, o administrador de empresas André Costa Pereira trouxe dos Estados Unidos um Playstation 3 para os filhos Renato e Gabriel, de 12 e 10 anos. O videogame funcionou normalmente por cerca de oito meses, mas depois fonte queimou e até hoje, passados mais de 30 dias, ele não conseguiutrocar a peça. Os meninos estão até hoje sem a diversão.

O brinquedo já é vendido em grandes redes no Brasil, mas a fabricante Sony informa que, oficialmente, o produto ainda não foi lançado no país e, por isso, não há assistência técnica por aqui. Na fábrica norte-americana, a informação que Pereira obteve é que a assistência só é permitida para cidadãos locais. ´O frete não ficaria em menos de R$ 500. Como eu comprei por US$ 300, acho que não vale a pena. Mas fico revoltado porque a fabricante é uma multinacional e está há muito tempo no mercado. Como pode não dar opções de reparo para um produto que já está comum no Brasil?`, questiona.

Muitos consumidores reclamam também de problemas com veículos novos. A família do funcionário público Alexander Muniz Barreto comprou três carros zero quilômetro em uma mesma concessionária, em agosto. Somente um deles, justamente o que era lançamento, o Novo Doblò Adventure Locker, apresentou problemas. ´Nós fizemos uma pesquisa e decidimos por este modelo porque queríamos mais tranquilidade e conforto para viajar. Mas o carro apresenta uma série de defeitos de fábrica`, conta.


Nos últimos três meses, Alexander e seu pai, Jorge Muniz Barreto, já levaram a Doblò à concessionária onde fizeram a compra por mais de cinco vezes e, mesmo deixando o carro na assistência nos prazos solicitados, os problemas nunca foram resolvidos. ´Eles dizem que já tentaram consertar várias vezes, mas são muitos os defeitos. Nunca tive nenhum deles sanados. Para mim, a solução seria trocar o veículo. Se eu não conseguir resolver de forma amigável, vou procurar meus direitos na Justiça`, desabafa Jorge.




Por Espaço E.D

Classe C de mobília nova!


Edição de domingo, 26 de dezembro de 2010

Tiago Cisneiros

De R$ 3,1 bilhões para R$ 17,9 bilhões. Foi o quanto cresceu o consumo de móveis e objetos de decoração pela classe C no Brasil, entre 2002 e 2010, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pelo instituto Data Popular. Com a variação positiva de 569%, o segmento intermediário da sociedade pulou à frente das camadas A e B e, agora, ocupa a liderança nas compras do setor.

Esse movimento pode ser atribuído à melhoria das condições financeiras das famílias da classe C. Na opinião do sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, entre 2002 e 2010, as camadas emergentes conseguiram espaço no mercado de trabalho formal, tiveram mais acesso ao crédito e, a partir daí, transformaram um sonho em realidade. ´Com o novo cenário econômico, viram seu poder de consumo se expandir, perceberam que estão podendo e decidiram investir em si mesmos.`

A professora de economia Tatiane Almeida de Menezes, da Universidade Federal de Pernambuco, destaca que, agora, a classe C se sente capaz de suprir uma demanda reprimida. ´As faixas mais ricas sempre tiveram acesso aos móveis e utensílios domésticos, coisas que faltavam ao restante da população. Por isso, com a melhoria nas finanças, a camada C começou a realizar esse desejo antigo`, diz.

Meirelles considera que as despesas com móveis e utensílios domésticos são vistas de modos diferentes, conforme a classe social. Os mais ricos, afirma, tendem a encará-las com uma conotação supérflua, enquanto as outras camadas pensam nelas como investimentos. Tal concepção, para Tatiane Menezes, também ajuda a entender a variação no volume de gastos da classe C. ´O consumo dos chamados bens de luxo costuma crescer em uma proporção maior do que a renda`, explica.

De acordo com Meirelles, a percepção de que artigos domésticos são bens de luxo, aliada aos limites do bolso, faz com que as classes mais baixas busquem itens duráveis e de qualidade,ainda que não sejam os mais baratos do mercado. ´A noção de custo-benefício nasceu embutida neste novo consumidor`, diz.

A tese é confirmada pela empregada doméstica Antônia Maria da Silva, que já equipou o novo lar, doce lar`, no Alto do Progresso, Zona Norte do Recife, com geladeira, fogão, forno microondas, cama, mesa, etc. Na hora das compras, ela colocou qualidade e durabilidade bem acima da economia imediata.


Fonte: Diário de Pernambuco


Por Espaço E.D

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vestuário fica mais caro neste Natal e no próximo.


Tendência de elevação de preço dos artigos de vestuário deve continuar graças à combinação de custos e demanda em alta.

08/12/2010


Aqueles que já começaram sua peregrinação pelas lojas em busca de presentes de Natal devem ter notado que não são apenas os alimentos que estão mais caros. Também os produtos do segmento de vestuário – roupas, calçados, e itens de cama, mesa e banho – tiveram aumento de preço ao longo deste ano. A alta, inclusive, foi tão expressiva que ajudou pressionar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação no Brasil. Em novembro, enquanto o IPCA teve acréscimo de 0,83%, o item vestuário subiu 1,25%. No ano, a elevação destes produtos é de 6,09%.

Se fosse apenas um movimento temporário causado pela demanda mais forte de final de ano, o aumento não seria tão preocupante. O problema é que, para 2011, a expectativa dos analistas é que os preços subam ainda mais, mesmo após o desestímulo ao crédito anunciado pelo governo na última semana. A inflação total do setor entre o segundo semestre de 2010 e o primeiro semestre de 2011 deverá chegar a 18%. “As redes de varejo e a indústria talvez absorvam parte desse aumento, mas o consumidor certamente será penalizado com preços mais altos, sobretudo nos três primeiros meses do ano”, afirma Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), em Santa Catarina.

Commodities em alta – Uma elevação de preço desta magnitude é inédita na indústria têxtil brasileira. Desde o início do Plano Real, os itens do vestuário têm, ao contrário, ajudado a amenizar a curva do IPCA. A situação começou a mudar em 2006. De lá para cá, os estoques mundiais de algodão entraram em queda graças à desaceleração da produção em países exportadores, como Índia, Rússia e Estados Unidos. Neste período, salvo nos meses de crise mundial mais severa, viu-se um crescimento da demanda internacional, com destaque para os emergentes. Como resultado, as cotações das commodities passaram a mostrar alta expressiva. Em quatro anos, o preço do algodão (em libra-peso) deu um salto de 144% no mercado à vista. Apenas em 2010, o incremento foi de 107%.

Apesar de ser a principal matéria-prima do setor têxtil, o algodão não é a única. Os preços dos tecidos sintéticos – feitos a partir de fibras derivadas do petróleo e com boa parte da produção na Ásia – também subiram. A pujante demanda interna ajudou, inclusive, a encarecer as peças de vestuário para os próprios chineses.

Redes varejistas que trazem roupas, tecidos e calçados da Ásia já estão sofrendo as conseqüências. “Estamos nas mãos da China. O que estamos comprando hoje tem um preço bem superior ao do início deste ano e não há nada que se possa fazer para mudar isso”, afirma um executivo de uma grande empresa de varejo que importa vestuário da China.

Um 2011 incerto – Especialistas ouvidos pelo site de VEJA concordam que as redes têm poucas saídas ante este cenário: ou repassam todo ou parte do aumento de custos ao consumidor, ou absorvem a alta para manter ou ganhar participação de mercado. Essa segunda opção, apesar de boa para o consumidor, seria prejudicial aos resultados operacionais das empresas. Markus Stricker, sócio da consultoria AT Kearney, aponta uma terceira opção: usar a criatividade para criar novos ‘mix’ de produtos. “As empresas podem trabalhar a composição da coleção para manter os preços no mesmo patamar e não perder mercado”, afirma.

Dentre estas opções, infelizmente a alternativa mais provável é que a elevação de preço chegará ao bolso do consumidor. A razão é que, com renda e emprego em expansão, o consumo tende a seguir aquecido e a absorver esses aumentos.


Fonte: Veja Economia


Por Espaço E.D

Alimentos naturais são a parte mais cara de uma dieta, diz pesquisa.


Estudo propõe redução dos preços de frutas, verduras e legumes

08/12/2010


Uma alimentação mais saudável pode ser incentivada por meio de uma política de ajuste de preços dos alimentos. Essa é a proposta de um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), que comprova que os valores de comidas e bebidas influenciam nos hábitos alimentares. Segundo o nutricionista Rafael Moreira Claro, autor do estudo, por meio da isenção de impostos sobre alimentos saudáveis e do aumento de impostos sobre os não saudáveis é possível estimular o consumo dos primeiros e promover uma dieta mais adequada para a população.

— Buscamos analisar como o preço estimula ou desestimula o consumo de certos alimentos — explica.

No caso de frutas e hortaliças, se o seu preço baixasse em 10%, o total de calorias ingeridas provenientes desses alimentos aumentaria em quase 7,9%.

De acordo com o estudo, atualmente, frutas, legumes e verduras são a parte mais cara de uma dieta.

— Se uma pessoa quiser ingerir mil calorias comendo apenas estes alimentos, precisaria de quase R$ 4,50 enquanto, hipoteticamente, poderia conseguir a mesma quantidade de calorias ingerindo açúcar com apenas R$ 0,30 — relata Moreira Claro.

Assim, para não encarecer a refeição, a população de baixa renda acaba comendo menos frutas e hortaliças, alimentos saudáveis que poderiam fazer parte da dieta em maior proporção.

— Uma redução nos impostos sobre estes produtos ajudaria na diminuição de seu preço e no conseqüente aumento de seu consumo — observa o nutricionista, que ressalta:

— A diminuição das taxas, porém, deve ser acompanhada de publicidade que avise ao consumidor sobre tal redução.

Em relação aos alimentos não saudáveis a pesquisa analisou as chamadas bebidas adoçadas (refrigerantes, bebidas energéticas e esportivas, além de sucos adoçados com açúcar) e apontou que se o seu preço aumentasse em 10%, seu consumo cairia em 8,4%. Para induzir o aumento do valor, a sobretaxação dos refrigerantes seria uma medida possível e traria benefícios à sociedade na medida em que reduziria o consumo de uma bebida responsável por causar obesidade.

— O refrigerante não causa a obesidade sozinho, mas sua relação com a doença é evidente — alerta o nutricionista.

Ele explica também que a diminuição na ingestão de bebidas adoçadas diminuiria os custos com o atendimento à saúde, em casos de obesidade e outras doenças crônicas.

— O governo sairia ganhando, ainda que aumentar os impostos seja, num primeiro momento, uma medida impopular.


Renda familiar


O maior ou menor consumo de alimentos saudáveis também é impactado pela variação da renda de uma família. Tal impacto, porém, é menor do que o causado por uma baixa nos preços. Um aumento de 10% na renda familiar, por exemplo, aumentaria apenas em 2,7% o total de calorias ingeridas provenientes de frutas e hortaliças. O fato é justificado em função da diluição desse aumento de renda na aquisição de inúmeros outros bens e serviços.

Moreira Claro elucida que a questão dos impostos é o jeito mais simples de influenciar no consumo porque o preço afeta a todos de uma forma global e o impacto é mais direto quando valores são alterados, para mais ou para menos. Além disso, nas classes mais altas, onde o poder aquisitivo já é significativo, o aumento da renda influencia ainda menos na compra de alimentos saudáveis.

— Uma política de ajuste de preços, barateando os alimentos saudáveis e encarecendo os não saudáveis, é uma saída que traria mais efeito sobre a qualidade da dieta — finaliza.

Fonte: ClicRBS - Bem Estar


Por Espaço E.D